Preservação e valorização do patrimônio imaterial mineiro:

Esse é o objetivo do projeto Cerâmica Saramenha.

O que é a
Cerâmica Saramenha?

A Cerâmica Saramenha foi trazida de Portugal para o Brasil pelo padre José Joaquim Viega de Menezes, por volta do início dos anos 1800. Uma fábrica da cerâmica foi estabelecida na região de Vila Rica, dentro da Chácara Saramenha, e seu nome vem disso.

Ela tem por características os tons amarelados, com pontos esverdeados, amarronzados e negros, cores que se constituem a partir de chumbo e de óxidos metálicos, como o cobre, o ferro e o manganês. Outro traço que a identifica é a queima realizada em baixa temperatura, que atinge, no máximo, 1.000ºC.

A matéria-prima encontrada na região é o que define as características que distinguem a Saramenha das demais cerâmicas: é um barro escuro, quase preto. Por conta dele, é uma cerâmica que não utiliza tinta, nem verniz. Seu brilho final são pigmentos metálicos, os óxidos. E na segunda queima aparece o aspecto de vitrificação.

Conheça a
nossa história

Leonardo Ricart dos Santos Barros, nascido em 1977, teve seu primeiro contato com a arte da Cerâmica Saramenha no início dos anos 90, em uma oficina que tinha o intuito de divulgar e preservar a técnica, promovida pela Prefeitura de Ouro Branco, em parceria com o BDMG Cultural. O projeto chamou a atenção do jovem Leonardo, filho de um funcionário da Divisão de Cultura da Prefeitura que estava envolvido na organização do projeto. E a sua afinidade com a técnica e com Mestre Bitinho foi quase que imediata.

Leonardo acompanhou seu Mestre até seus últimos dias de vida, em 1998. Entretanto, como a cerâmica não era seu meio de subsistência, ele se afastou da técnica durante um tempo em que morou no Espírito Santo. Mas, no início dos anos 2000, ele retomou o contato através de um projeto que promovia o resgate cultural de práticas do artesanato mineiro e, desde então, vem ampliando sua atuação – ainda que continue exercendo o ofício nas horas vagas de seu emprego principal.

Linha do tempo

  • 1785

    A proibição de manufatura nas colônias de Portugal é decretada pela Rainha D. Maria I, no Alvará de 5 de janeiro de 1785, o que incluia a produção da cerâmica.

  • 1802

    A técnica da cerâmica Saramenha chega ao Brasil, por meio do padre Viegas de Menezes.

  • Aproximadamente
    1803

    A Fábrica de Cerâmica Saramenha é instalada na chácara Saramenha, propriedade do cirurgião-mor Antônio José Vieira de Carvalho, localizada na região de Vila Rica (atual cidade de Ouro Preto), em Minas Gerais.

  • 1808

    O Alvará de 5 de janeiro de 1785 é revogado por D. João VI, a partir da instalação da Coroa portuguesa no Brasil.

  • Meados do
    século XIX

    A Fábrica de Cerâmica Saramenha é fechada.

  • 1918

    Nasce o mestre ceramista Silvestre Guardiano Salgueiro, o Bitinho, em Ouro Branco, Minas Gerais.

  • 1937

    O Serviço do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Sphan), atual Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), é criado.

  • 1977

    Nasce Leonardo Ricart dos Santos, futuro aprendiz de Bitinho e mestre ceramista.

  • 1981

    O artista e pesquisador Pedro Arcângelo Evangelista, mais conhecido por Petrus, encontra Mestre Bitinho em Ouro Branco, considerado o último detentor da técnica Saramenha no Brasil, e talvez no mundo, até aquele momento.

  • 1988

    O conceito de patrimônio cultural é incorporado na Constituição Federal brasileira, desde a compreensão de sua dimensão imaterial.

  • 1989

    A Recomendação sobre a Salvaguarda da Cultura Tradicional Popular é implementada pela UNESCO.

  • 1995

    A primeira oficina de resgate da técnica da cerâmica Saramenha é realizada através de uma parceria entre a Açominas, o BDMG Cultural e a Prefeitura de Ouro Branco. A oficina foi idealizada por Petrus e ministrada pelo mestre Bitinho. Esta ação formativa proporcionou o primeiro encontro e o início da parceria e da amizade entre Leonardo Ricart (nesta época com 17 anos de idade) e mestre Bitinho.

  • 1997

    O Programa de Proclamação de Obras-Primas do Património Oral e Imaterial da Humanidade é elaborado pela UNESCO.

  • 1998

    Falecimento do Mestre Bitinho. Breve afastamento de Leonardo Ricart do ofício de ceramista após a morte de seu mentor, por não obter, através da tradição da cerâmica, o seu meio de subsistência.

  • 2001

    Leonardo Ricart participa do projeto Resgate Cultural do Artesanato Mineiro, a convite de Petrus, cuja produção foi realizada por meio de uma parceria entre o Sebrae, a Faop e Adeob (atual Adesiap). Ao fim do projeto, Leonardo recebe o título de mestre ceramista.

  • 2003

    A Convenção para a Salvaguarda do Patrimônio Cultural Intangível é aprovada pela UNESCO.

  • 2012

    A Oficina Escola de Cerâmica Saramenha “Mestre Bitinho” é inaugurada e o mestre Leonardo passa a trabalhar e a oferecer cursos e visitas guiadas.

  • 2019

    A cerâmica Saramenha é declarada Patrimônio Cultural Imaterial Ourobranquense.

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Saiba mais sobre
nossos projetos

Preservar e valorizar o patrimônio imaterial mineiro que é a Cerâmica Saramenha. Este é o principal objetivo das atividades realizadas dentro do projeto “Cerâmica Saramenha II”, que teve início em 2023.

Cerâmica Saramenha 3

Cerâmica Saramenha 2

Cerâmica Saramenha 1

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Mesmo com toda sua história e importância, ainda não há uma pessoa que garanta a continuidade da Cerâmica Saramenha. Portanto, se você tem interesse em aprender a técnica, entre em contato conosco pelo formulário abaixo:

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